odontologia-biosseguranca
  • por Gent Odonto
  • 10 de maio de 2020

    A palavra biossegurança pode ser definida como proteção a vida, ou para a vida. Ainda podemos dizer que é um conjunto de medidas diretas e indiretas que devem ser tomadas para a proteção profissional.

    Na odontologia essas medidas tendem a proteção do profissional e toda equipe que a compõe, ambiente clínico e pacientes. Os riscos ocupacionais são: físicos, químicos e biológicos, assim como ergonômicos/emocionais e por fim acidentais.

    Nesse blog post, vamos desenvolver os riscos biológicos, já que estamos em uma fase específica, devido ao vírus Sars-Cov2.

    O risco de um determinado agente biológico se baseia em diversos critérios que são estabelecidos e classificados pelo potencial que o mesmo oferece ao indivíduo, à comunidade e ao meio ambiente. Os critérios de avaliação devem ser: infectibilidade, patogenicidade, tratamento, transmissibilidade, morbidade, mortalidade e epidemiologia.

    A classificação do risco divide-se em Classes de 1 até 4. No caso do coronavírus Sars -Cov2, por enquanto enquadra-se na Classe 4, pois é um agente grave para que entra em contato e também para comunidade. Sabemos que não há tratamento e os riscos são graves na propagação.

    Em Odontologia, podemos considerar dois tipos de fontes de infecção: humana (hospedeiro) e ambiental (instrumentos e equipamentos). Quando a infecção ocorre entre essas fontes, podemos dizer que se trata de uma infecção cruzada.

    Para evitarmos essa infecção cruzada medidas e protocolos rígidos de biossegurança devem ser seguidos como os principais: exame médico periódico, e imunização da equipe. Uso correto de equipamentos de proteção individuais (máscara, gorro, óculos de proteção, máscara facial e propé). Utilização de barreiras de superfícies em equipamentos, assim como limpeza e desinfecção de superfícies e materiais de consumo. Devemos ainda ter cuidado com a manipulação e descarte do lixo contaminante e pérfuro-cortante.

    Desde o advento do vírus HIV-AIDS nas décadas de 80 e 90, a odontologia passou por severas readequações na biossegurança. Agora em 2020, com o aparecimento do SarsCov-2 COVID19, novos conceitos vêm sendo estudados e aplicados no cotidiano odontológico para se evitar ou minimizar a contaminação.

    Alguns protocolos como teleconsultas e anamneses prévias detalhadas sobre o corona vírus estão sendo realizadas. No consultório odontológico, quando do atendimento de urgências, além dos EPI’S descritos acima, são realizadas paramentação do paciente antes de entrar no ambiente clínico, com o uso de propés e/ou uso de tapetes sanitizantes. É realizada aferição de temperatura e oximetria periférica, além de indicado degermação de mãos e rosto e severa desinfecção do consultório. Os agendamentos estão sendo realizados com espaçamentos maiores de horários, para que haja o tempo de deposição de microorganismos na superfície, assim como realizar a correta desinfecção. Com essas medidas evitam-se acúmulo de pacientes em sala de espera, mantendo o afastamento social adequado. São realizadas administração de produtos específicos para bochechos e prioriza-se procedimentos que NÃO causam suspensões de finas partículas no ar (aerossóis.) É ainda vedado uso da cuspideira, sendo indicado uso de isolamento de dentes e sugadores de alta potência.

    Um fator muito importante está na desparamentação da equipe de trabalho e pacientes, assim como higienização e descarte de EPI’s, pois nesse momento podem ocorrer quebras das barreiras de biossegurança onde ocasionam o contágio.

    A biossegurança já está consagrada em nossos meios, somada aos estudos constantes, processos bem estabelecidos e afastamento social continuará sendo nesse momento uma excelente ferramenta no combate das doenças infecto-contagiosas, em especial a Covid19. Essa ferramenta faz com que profissionais e pacientes sintam-se seguros quanto aos tratamentos odontológicos.

    José Américo Bottino Junior – CRO/SP 83359
    Cirurgião-Dentista, especialista em periodontia e Odontologia Hospitalar